“O cultivo da terra, no passado, constituiu uma atribuição feminina. Os
homens partiam para a caça e as mulheres cuidavam das sementes e das
plantações. Na observação atenta dos processos naturais e cósmicos, as
mulheres desenvolveram um conhecimento valoroso sobre seus corpos,
ritmos e ciclos, e adotaram hábitos de cuidarem de si mesmas a partir
dos recursos da natureza que as envolviam. Por muitos anos o tratamento
dos desconfortos da menstruação, da gravidez e da menopausa, bem como a
fecundidade, foram de ordem exclusivamente feminina.
Esse conhecimento tradicional das mulheres e de suas práticas terapêuticas com plantas foi sendo substituído, com a modernidade, pela medicação alopática. A menopausa passou a ser vista como doença e até mesmo a menstruação tem sido tratada como inútil, devendo ser “abolida a fim de restabelecer a ordem no corpo”.
Sem dúvida, essa visão vai ressoar na identidade da mulher, e cada vez mais mulheres se sentem incapazes de conviver com suas atribuições, desenvolvendo uma negação de todo o seu feminino.
A fitoterapia na saúde da mulher tem, pois, um papel fundamental no fortalecimento da prática de cuidados femininos.
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