O pensador francês David Le Breton é doutor em Sociologia pela Universidade Paris VII e professor na Faculdade de Ciências Sociais da Universidade de Ciências Humanas Marc Bloch, de Estrasburgo. Ele publicou recentemente um livro chamado El silencio, Elogio del caminar e Desaparecer de sí: una tentación contemporánea, no qual afira que, a fim de combatermos a desumanização dos dias atuais, é preciso apostar em formas concretas de resistência.
O silêncio é a expressão mais verdadeira e efetiva das
coisas inomináveis. E a tomada de consciência de que há determinadas
experiências para as quais a linguagem não serve, ou que a linguagem não
alcança, é um traço decisivo do conhecimento. Nesse sentido, tradições como a
cristã, em que o silêncio é muito importante, tornam-se reveladoras: a
sabedoria dirige-se a compreender o que não se pode dizer, o que transcende a
linguagem. Nessa mesma tradição, o silêncio é uma via de aproximação de Deus, o
que também se pode interpretar como um conhecimento. Podemos utilizar o
silêncio para nos conhecermos melhor, para nos distanciarmos do ruído. E este é
um valor a reivindicar no presente.
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