Hepatite C pode deixar de existir





Novas drogas prometem aumentar incrivelmente as chances de cura e fazem, pela primeira vez,
 os experts se perguntarem: será que essa doença vai desaparecer? por Theo Ruprecht 



Nos dias de hoje, os pacientes com hepatite C, uma infecção viral que vai destruindo o fígado aos poucos, apresentam mais ou menos 40% de chance de se livrar do problema. Isso após serem submetidos a quase um ano de tratamento com injeções semanais de interferon e cápsulas diárias de rivabirina - remédios que trazem efeitos colaterais pesados, como anemia, depressão, reações na pele e até queda de cabelo. Esse cenário, ainda bem, mudará por aqui a partir de março, quando o Sistema Único de Saúde (SUS) começará a oferecer, a indivíduos com essa enfermidade em estágio avançado, dois novos medicamentos: o boceprevir e o telaprevir. "Usados em conjunto com a terapia convencional, eles quase dobram a probabilidade de cura da doença", calcula Marcelo Freitas, assessor técnico do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde. Isso, por si só, já seria motivo de comemoração para 1,5 milhão de brasileiros contaminados pelo vírus C (VHC).

Mas as boas notícias não param por aí. Durante o Congresso da Associação Americana para o Estudo de Doenças do Fígado, realizado no final de 2012, cientistas de vários centros de pesquisa ao redor do globo divulgaram dados preliminares sobre uma inovadora classe de fármacos, que deve devem chegar ao mercado nos próximos cinco anos. "Os resultados iniciais apontam uma taxa de cura que beira os 100%", destaca Flair Carrilho, gastroenterologista do Hospital das Clínicas de São Paulo. "Esses antivirais, ministrados via oral, em muitos casos dispensarão o uso de interferon", completa o também gastroenterologista Edison Parise, presidente eleito da Sociedade Brasileira de Hepatologia. Ou seja, além de extremamente eficazes, essas armas do futuro diminuiriam a necessidade de uma droga cheia de reações adversas. 

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