Palavras Cruzadas fazem bem à saúde

As palavras cruzadas constituem um dos instrumentos usados por neuropsiquiatras e terapeutas no que eles chamam de "ginástica cerebral", no tratamento da Doença de Alzheimer e outros casos em que há perda de memória. O objetivo é fazer com que o cérebro estimule o funcionamento e a extensão da memória; quanto mais informações os neurônios recebem, mais sedentos de novos dados eles ficam, criando novas ligações - as sinapses - entre eles.

Pesquisas recentes concluíram que esse princípio vale também para pessoas sãs: a prática de atividades mentais fora da rotina, como escovar os dentes com a mão trocada, ou fazer palavras cruzadas, mantém a mente saudável durante toda a vida, na medida em que continuamente são geradas novas sinapses, o que compensa as perdas de neurônios com o passar dos anos.

Pesquisa publicada no Jornal da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos revelou que exercícios que exercitam a mente, como ler, fazer palavras cruzadas, jogar xadrez ou dançar protege duas vezes mais as pessoas de doenças neurovegetativas, como o Mal de Alzheimer. "Fazer palavras cruzadas com regularidade possibilita o exercício das capacidades de atenção e concentração, favorecendo o aprimoramento do processo de resgate da memória de longa duração. Por isso, temos trabalhado, em parceria com a Editora (revistas Coquetel), esse exercício tanto para prevenir como para tratar a doença", diz Tânia Guerreiro, geriatra da Oficina da Memória da Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Estatísticas mostram que uma em cada dez pessoas acima dos 65 anos, e metade dos idosos acima dos 85 anos, é afetada pela doença. Raríssimos são os casos que acometem pessoas na faixa dos 40 anos. Estima-se que a doença atinja cerca de 4,5 milhões de americanos, segundo a Alzheimer's Association, e perto de meio milhão de brasileiros, embora não haja dados oficiais. "Assim como o corpo precisa de exercícios para deixar os músculos mais fortes e ágeis, o cérebro também necessita de ginástica para estimular suas células. E, para estimular o cérebro, independente da idade, nada como resolver palavras cruzadas", diz Avelino Leonardo da Silva, neurofisiologista da Universidade Estadual de São Paulo.

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